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Uma Confissão se Quiseres

Uma Confissão Se Quiseres revisita os textos que integram o espetáculo "Posso saltar do meio da escuridão se quiseres", estreado em 2018.
O que vive abaixo da superfície da sujeição? A ausência de liberdade pode fazer morrer uma alma? A insubmissão surge como a única possibilidade de sobrevivência para Rose — uma menina que se descobre mulher e negra no contexto dos lugares estanques da escravidão. O espetáculo constrói imagens para presentificar um passado traumático. Rose reencena o trauma em modo contínuo e obstinado, ora encarnado-o, ora espectadora de si mesma, o seu discurso é fragmentário, atemporal, escapa à moralidade.

Rogério de Carvalho

“É a materialização das fantasias traumáticas mais íntimas; isso explica o enigma das estranhas lacunas da memória desta mulher. O que ela escreve é imagem fantasmática, faz parte do Espaço Interior (de si para si). Não são invenção sua os factos e os sentimentos que narra? Existiram? É a Coisa? Vemos as ações pelo que ouvimos. O processo da Escravidão/Coisa, o desenvolvimento da sua história, é a sua concretização?
No final regressa ao lugar de partida assumindo a consciência do que é ser negra. A posição trágica é que ela adquire consciência de toda a identidade substancial da sua existência. A imensidão está nela, quer na voz, quer na fala.”

Rogério de Carvalho
encenação Rogério de Carvalho
texto criação, seleção e montagem coletiva
interpretação Daniel Martinho, Zia Soares
design de luz Jorge Ribeiro
música e design de som Xullaji
cenografia e figurinos Neusa Trovoada
fotografia Joana Linda
produção Teatro GRIOT
apoio Palácio Baldaya/ Junta de Freguesia de Benfica, Polo Cultural Gaivotas Boavista
duração aprox. 1h10

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